Nathália Ringer Timberg é atriz de teatro, cinema e TV. Nascida em Itaguaí (RJ), estudou na Escola de Belas Artes da Universidade do Brasil, atual UFRJ, no fim da década de 1940. Em 1948, ingressou no Teatro Universitário, onde foi dirigida por Esther Leão nas peças A dama da madrugada, O Pai e Quebranto. No começo da década seguinte, ganhou uma bolsa para o curso de formação de atores Éducation Par Les Jeux Dramatiques, em Paris, estudando com nomes como Jean-Louis Barrault, Étienne Decroux, Jacqueline Levant e Tania Balachova. Ao retornar ao Brasil, teve sua primeira experiência profissional nos palcos em 1954 com a peça Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, junto da Companhia Dramática Nacional. Dois anos depois, entrou para o elenco do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em São Paulo, onde permaneceu durante seis anos, atuando, entre outros, nos espetáculos A Casa de Chá do Luar de Agosto, Um Panorama Visto da Ponte, Pedreira das Almas e O Pagador de Promessas. Paralelamente, Nathália iniciou no mesmo ano de 1956 sua carreira na televisão, no programa O Grande Teatro Tupi, onde eram produzidos clássicos da dramaturgia em formato de teleteatro. Após a experiência no TBC, integrou a Companhia Dulcina-Odilon e, em 1964, ao lado de Sérgio Britto e sob a direção de Antonio de Cabo, atuou em Meu querido mentiroso, de Jerome Kilt, com o qual ganhou o Prêmio Molière de melhor atriz. Esta peça seria remontada com a mesma dupla de atores em 1988, lhe valendo mais uma vez o Prêmio Molière, e em 1998. Em 1970, junto do marido Sylvan Paezzo, criou em São Paulo o Circo do Povo, projeto de teatro popular sob uma lona de circo, onde encenou Os ciúmes de um pedestre, de Martins Pena, e adaptações de literatura de cordel. Na mesma década, teve destaque também com A morte do caixeiro viajante e Investigação na classe dominante, sob a direção de Flávio Rangel. Na década de 1980, trabalhou em diversos espetáculos do Teatro dos 4, entre eles Assim é… se lhe parece, O Jardim das cerejeiras e A Cerimônia do adeus, com o qual ganhou o Prêmio Mambembe de atriz coadjuvante. Em sua vasta experiência nos palcos nos anos seguintes, destacam-se, entre inúmeros outros trabalhos, Três mulheres altas, dirigido por José Possi Neto, Conduzindo Miss Daisy, ao lado de Milton Gonçalves e sob a direção de Bibi Ferreira, bem como sua parceria com o Grupo Tapa, que originou as montagens A Importância de ser fiel, Melanie Klein e Sopro de vida, dirigidas por Eduardo Tolentino de Araújo. Comemorando seus 90 anos, Nathália estreou em 2019 a peça Através da Íris. Na televisão, fez sua primeira novela, O direito de nascer, na Rede Tupi em 1964, estreando na TV Globo no ano seguinte com a novela Um rosto de mulher e apresentando crônicas no telejornal. Em quase 70 anos, participou de dezenas de trabalhos, com passagens pelas emissoras Tupi, Excelsior, TV Rio, Record, Bandeirantes, SBT, Manchete e Cultura.

Em 1954, convidada pela diretora Bibi Ferreira, fez sua estreia profissional aos 25 anos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro com a peça Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, interpretando a personagem D. Eduarda. O relato dessa experiência pode ser conferido na entrevista a seguir.

Do texto

Senhora dos Afogados, escrita em 1947, conta a trágica história da centenária família Drummond, habitante das proximidades de uma praia selvagem iluminada pela luz intermitente de um farol. O clã é atormentado pela morte das filhas por afogamento, por pulsões incestuosas e pelo assassinato impune de uma prostituta do cais há 19 anos, cometido pelo patriarca Misael.

Da montagem

Senhora dos Afogados, de 1947, foi a quinta peça escrita por Nelson Rodrigues, compondo o chamado ciclo de “peças míticas”. Sua trama era baseada na trilogia Electra enlutada, do dramaturgo norte-americano Eugene O`Neill, por sua vez uma releitura da Oresteia, do trágico grego Ésquilo. As palavras de Nelson impressas no programa da montagem permitem observar a concepção que ele tinha da própria obra: “Apresento-vos “Senhora dos Afogados”. É, como vereis, uma peça triste, tristíssima. (…) a alegria não pertence ao teatro”. E acrescenta, “esta peça está varrida de suicidas, incestuosos, adúlteras e insanos. Mas vamos e venhamos: o homem normal, com a sua amena transparência, não oferece nenhuma teatralidade”. De fato, o dramaturgo mergulhava mais uma vez nas fantasias inconscientes primitivas do ser humano, valendo-se do mito de Electra, da intervenção de um coro e de uma ambiência atemporal para construir sua tragédia. Em janeiro de 1948, porém, a peça foi interditada pela censura, apesar dos esforços do autor. No final de 1950, após vários recursos, Nelson consegue a liberação para montagem. Embora o texto tenha passado pelas mãos do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), o espetáculo seria montado pela Companhia Dramática Nacional (CDN), uma companhia-modelo, existente entre 1953 e 1954, mantida pelo governo federal por meio do Serviço Nacional de Teatro (SNT). Objetivando encenar apenas autores brasileiros, a CDN abriu seus trabalhos de 1953 com A Falecida e, no ano seguinte, Nelson seria novamente escolhido para inaugurar a temporada. Senhora dos Afogados estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1º de junho de 1954, com direção de Bibi Ferreira e um elenco composto por nomes como Nathália Timberg, Sônia Oiticica, Ribeiro Fortes e Maria Fernanda, além de atores diplomados pelo curso da CDN compondo o coro de vizinhos e alunas do mesmo curso como o coro de mulheres. A montagem, grandiosa, foi amparada por um grande número de profissionais contratados da Companhia, encarregados da caracterização, uniformização da prosódia, aulas de ginástica rítmica e treinamento com punhais, armas de fogo e lutas corporais. A julgar pelo programa, também havia a presença de um ponto para “soprar o texto”, o que provavelmente era demandado pelo intenso ritmo de trabalho, já que quase o mesmo elenco ensaiava simultaneamente quatro espetáculos para a temporada de 1954, estreados sequencialmente. Um dos grandes destaques de Senhora dos Afogados era o cenário de Tomás Santa Rosa, então o cenógrafo mais consagrado do país, que, assim como em Vestido de Noiva mais de uma década antes, concebeu um espaço que interferia diretamente nas dinâmicas da encenação e permitia grande poesia e plasticidade a partir de dois níveis ligados por uma escada, com arcadas no patamar superior. Premiado pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT), o cenário de Santa Rosa era acrescido dos elogiados efeitos de luz e sombra. Após tantas polêmicas na imprensa em torno da interdição e posterior liberação pela censura, era de se esperar que a estreia do espetáculo também seria alvo de polêmicas. Segundo o crítico Mario Nunes, a noite “acabou em grande confusão” quando, no terceiro ato, a plateia se dividiu entre insultos e aplausos, o que culminou na presença de Nelson no palco, retrucando os descontentes. Após quatro dias no Municipal, Senhora dos Afogados foi apresentada poucas vezes no Teatro Ginástico, no mesmo mês, e seguiu com a turnê da CDN para o Nordeste, com récitas em Salvador e Recife. Com a exoneração do diretor do SNT, porém, a viagem foi bruscamente interrompida. Apesar de sua curta carreira e de o texto ter tido, ao contrário da encenação, uma difícil aceitação crítica, a peça lançou profissionalmente Nathalia Timberg, que ganhou os prêmios de melhor atriz dado pela Prefeitura do Distrito Federal e de Revelação do ano pela ABCT.

⸺ Texto

Nelson Rodrigues

⸺ Direção

Bibi Ferreira

⸺ Produção

Companhia Dramática Nacional/ Serviço Nacional de Teatro/ MEC

⸺ Elenco

Eduarda: Nathália Timberg
Avó: Wanda Marchetti
Moema: Sônia Oiticica
Paulo: Carlos Mello
Misael: Ribeiro Fortes
Noivo: Narto Lanza
Madam: Déo Costa
Sabiá: Ferreira Maya
Vendedor de pentes: Magalhães Graça

Vizinhos: Celme Silva, Waldir Maia, Elísio de Albuquerque, Walter Gonçalves

Coro de mulheres: Cida Carneiro, Mirthes Mendonça, Cerise Carneiro, Marina Ramos, Eudoxia Ferreira, Jerci Camargo, Leila Azar, Inadir Costa

Solista: Maria Fernanda

⸺ Cenários

Tomás Santa Rosa

⸺ Caracterização

José Jansen

⸺ Ensaiadora do Coro dos Vizinhos

Prof. Martinho Severo

⸺ Ponto

Alberico Mello

⸺ Contrarregra

José Silva

⸺ Maquinista

Wagner Rodrigues dos Santos

⸺ Eletricista

Rubem Jardim Bandeira

⸺ Confecção das roupas

Helena da Rocha Macedo

⸺ Cabeleiras

M. Fischpan

⸺ Uniformização da prosódia

Prof. José Oiticica

⸺ Ginástica rítmica

Profª Lydia Constallat

Fragmentos Jornalísticos

- “Sua montagem exige um esforço enorme, uma concentração maciça de elementos. Pois “Senhora dos Afogados”, que é um grande texto, terá de ser um grande espetáculo”. – (“Bibi Ferreira dirigirá “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues”. Última Hora, Rio de Janeiro, 16 mar. 1954.)

- “Marcou (...) o espírito de uma figura mundial do teatro: Jean Louis Barrault. De passagem pelo Rio (...) o mestre francês leu uma tradução da peça de Nelson Rodrigues. Em entrevista publicada, na época, em vários jornais, colocou “Senhora dos Afogados” na vanguarda do teatro mundial. Disse, ainda, ao vespertino “O Globo”: “Nós sabemos que uma peça é poderosa quando não conseguimos esquecê-la”.” – (“Bibi Ferreira dirigirá “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues”. Última Hora, Rio de Janeiro, 16 mar. 1954.)

- “A impressão de arte dominante do princípio ao fim, foi a apresentação, tanto a sensorial como a plástica. Os grandes triunfadores da noite – Bibi Ferreira e Santa Rosa”. – (NUNES, Mario. “Inauguração da temporada de comédia oficial – CDN – Senhora dos Afogados”. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 04 jun. 1954.)

- “Muito conseguiu e o que conseguiu realmente assombra. A representação justa de cada artista, o emprego dos gestos e atitude justos e do justo tom de voz, e isso fora do clima normal, mas no convencional, heroico, das concepções desse gênero – é bem um milagre do gênio conceber, sentir, criar e com o ardor iluminado de sua vontade e firmeza do seu esforço, transmitir e realizar. É notável o resultado obtido!” – (NUNES, Mario. “Inauguração da temporada de comédia oficial – CDN – Senhora dos Afogados”. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 04 jun. 1954.)

- “É, sem dúvida, uma peça que nasceu sob o signo do debate. Antes mesmo da prova decisiva do palco, já se movimentam seus apologistas e detratores.” – (ACCIOLY NETTO, A. “Teatro no Rio”. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 01 mai. 1954.)

- “A interpretação é de qualidade. Nathália Timberg é uma Eduarda humana, dramática, plausível, de bela voz e presença (...). Sonia Oiticica cresceu, artisticamente; sua Moema domina as cenas, com flexibilidade, onde uma atriz menos capaz teria tido rigidez em excesso; sua voz é linda e modulada. Maria Fernanda encontrou ressonâncias profundas e magníficas como um sino de bronze, na oração que faz (...).” – (VINCENT, Claude. “Senhora dos Afogados (II)”. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, 04 jun. 1954.)

- “O ator teatral Carlos Melo, de 27 anos de idade, (...), quando ensaiava uma cena da peça “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues, ontem à noite, (...), foi ferido à faca na região dorsal da mão esquerda pelo seu colega Nartho Lanza. Segundo apuramos, a ocorrência foi acidental, pois, eles vinham ensaiando há nove horas consecutivas a fim de ter a peça pronta para ser estreada no próximo dia 1 de junho. A cena revestiu-se do maior realismo e o ator Carlos Melo, só algumas horas depois se retirou do Hospital de Pronto Socorro, onde se socorreu, em companhia de nosso companheiro e autor da peça Nelson Rodrigues.” – (“Realismo na Senhora dos Afogados”. Última Hora, Rio de Janeiro, 26 mai. 1954.)

- “A peça do Sr. Nelson Rodrigues, cronista pornográfico da “Última Hora”, foi vaiada pelo público, na sua estreia, no Municipal. A assistência, que aplaudiu atores e diretora, manifestou o seu desagrado pela falta de recursos dramáticos do autor que procura esconder a sua mediocridade abusando de contrastes de mau gosto.” – (“A CDN e o público”. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, 19-20 jun. 1954.)

- “Senhora dos Afogados, a mais bem realizada de todas as peças de Nelson, reabre com mais intensidade o debate interminável: – gênio ou mistificação?” – (ALBERGARIA, Renato. “Nelson Rodrigues: gênio ou mistificação?”. Manchete, Rio de Janeiro, 22 mai. 1954.)

- ““Senhora dos Afogados” não é apenas uma peça imoral. Chega a ser deprimente, quando o autor explora tudo o que há de pior na natureza humana, inclusive usando de um vocabulário de sarjeta, que repercutiu no Municipal como notas desafinadas de instrumentos de metal, agudas e estridentes. A vaia traduziu a reação do público à peça de Nelson Rodrigues, mas, aplausos fervorosos acabaram derrotando a vaia. E Nelson Rodrigues veio ao palco para receber o “veredictum” da opinião pública. Fracasso? Sucesso?” – (OLIVEIRA, Magdala da Gama. “A vaia no Municipal”. Manchete, Rio de Janeiro, 19 jun. 1954.)

- “Sua montagem exige um esforço enorme, uma concentração maciça de elementos. Pois “Senhora dos Afogados”, que é um grande texto, terá de ser um grande espetáculo”. – (“Bibi Ferreira dirigirá “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues”. Última Hora, Rio de Janeiro, 16 mar. 1954.)

- “Marcou (...) o espírito de uma figura mundial do teatro: Jean Louis Barrault. De passagem pelo Rio (...) o mestre francês leu uma tradução da peça de Nelson Rodrigues. Em entrevista publicada, na época, em vários jornais, colocou “Senhora dos Afogados” na vanguarda do teatro mundial. Disse, ainda, ao vespertino “O Globo”: “Nós sabemos que uma peça é poderosa quando não conseguimos esquecê-la”.” – (“Bibi Ferreira dirigirá “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues”. Última Hora, Rio de Janeiro, 16 mar. 1954.)

- “A impressão de arte dominante do princípio ao fim, foi a apresentação, tanto a sensorial como a plástica. Os grandes triunfadores da noite – Bibi Ferreira e Santa Rosa”. – (NUNES, Mario. “Inauguração da temporada de comédia oficial – CDN – Senhora dos Afogados”. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 04 jun. 1954.)

- “Muito conseguiu e o que conseguiu realmente assombra. A representação justa de cada artista, o emprego dos gestos e atitude justos e do justo tom de voz, e isso fora do clima normal, mas no convencional, heroico, das concepções desse gênero – é bem um milagre do gênio conceber, sentir, criar e com o ardor iluminado de sua vontade e firmeza do seu esforço, transmitir e realizar. É notável o resultado obtido!” – (NUNES, Mario. “Inauguração da temporada de comédia oficial – CDN – Senhora dos Afogados”. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 04 jun. 1954.)

- “É, sem dúvida, uma peça que nasceu sob o signo do debate. Antes mesmo da prova decisiva do palco, já se movimentam seus apologistas e detratores.” – (ACCIOLY NETTO, A. “Teatro no Rio”. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 01 mai. 1954.)

- “A interpretação é de qualidade. Nathália Timberg é uma Eduarda humana, dramática, plausível, de bela voz e presença (...). Sonia Oiticica cresceu, artisticamente; sua Moema domina as cenas, com flexibilidade, onde uma atriz menos capaz teria tido rigidez em excesso; sua voz é linda e modulada. Maria Fernanda encontrou ressonâncias profundas e magníficas como um sino de bronze, na oração que faz (...).” – (VINCENT, Claude. “Senhora dos Afogados (II)”. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, 04 jun. 1954.)

- “O ator teatral Carlos Melo, de 27 anos de idade, (...), quando ensaiava uma cena da peça “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues, ontem à noite, (...), foi ferido à faca na região dorsal da mão esquerda pelo seu colega Nartho Lanza. Segundo apuramos, a ocorrência foi acidental, pois, eles vinham ensaiando há nove horas consecutivas a fim de ter a peça pronta para ser estreada no próximo dia 1 de junho. A cena revestiu-se do maior realismo e o ator Carlos Melo, só algumas horas depois se retirou do Hospital de Pronto Socorro, onde se socorreu, em companhia de nosso companheiro e autor da peça Nelson Rodrigues.” – (“Realismo na Senhora dos Afogados”. Última Hora, Rio de Janeiro, 26 mai. 1954.)

- “A peça do Sr. Nelson Rodrigues, cronista pornográfico da “Última Hora”, foi vaiada pelo público, na sua estreia, no Municipal. A assistência, que aplaudiu atores e diretora, manifestou o seu desagrado pela falta de recursos dramáticos do autor que procura esconder a sua mediocridade abusando de contrastes de mau gosto.” – (“A CDN e o público”. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, 19-20 jun. 1954.)

- “Senhora dos Afogados, a mais bem realizada de todas as peças de Nelson, reabre com mais intensidade o debate interminável: – gênio ou mistificação?” – (ALBERGARIA, Renato. “Nelson Rodrigues: gênio ou mistificação?”. Manchete, Rio de Janeiro, 22 mai. 1954.)

- ““Senhora dos Afogados” não é apenas uma peça imoral. Chega a ser deprimente, quando o autor explora tudo o que há de pior na natureza humana, inclusive usando de um vocabulário de sarjeta, que repercutiu no Municipal como notas desafinadas de instrumentos de metal, agudas e estridentes. A vaia traduziu a reação do público à peça de Nelson Rodrigues, mas, aplausos fervorosos acabaram derrotando a vaia. E Nelson Rodrigues veio ao palco para receber o “veredictum” da opinião pública. Fracasso? Sucesso?” – (OLIVEIRA, Magdala da Gama. “A vaia no Municipal”. Manchete, Rio de Janeiro, 19 jun. 1954.)